Educadores sociais do Topa alfabetizam internos no Conjunto Penal de Itabuna

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Foto: Daniel Thame

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A educação que transforma. Um projeto inédito na Bahia, em execução no Conjunto Penal de Itabuna, capacitou internos para atuar como educadores sociais do Programa Todos pela Alfabetização (Topa), alfabetizando os demais internos. Nesta sexta-feira (12), foram entregues certificados de capacitação a nove educadores que possuem ensino médio ou superior, através de uma parceria entre a Secretaria Estadual de Educação e a Unidade Formadora da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). Na primeira etapa, que funcionou com experiência, foram alfabetizados 70 internos. A nova turma, com aulas já iniciadas, possui 66 alunos. Após a alfabetização, todos têm acesso ao ensino fundamental e ensino médio na própria unidade prisional.

O coordenador do Topa no Núcleo Regional de Educação do Litoral Sul (NRE 05), Emiron da Silva, destaca que o foco do projeto é “alfabetizar e promover a inclusão social, oferecendo uma oportunidade profissional aos internos”. Os educadores sociais recebem uma bolsa-auxilio de R$ 400,00, que é entregue aos familiares e todos os participantes possuem o direito de redução da pena em um dia a cada três dias de aulas realizadas.

Para o diretor-adjunto do Complexo Penal, Bernard Cerqueira Dutra, “esse é um projeto que valoriza os internos e facilita a reinserção no mercado de trabalho, já que existe uma grande necessidade de acelerar o processo de ressocialização”. Bernard explica que, “no ambiente prisional, sujeito a tensões, a educação funciona como um caminho para que eles não voltem a reincidir após cumprirem as penas”.

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Uma porta para o futuro

“Na vida existem três coisas, o tempo, as palavras e as oportunidades. E essa é a oportunidade de uma vida nova”

Uma esperança de futuro após a liberdade. É assim que os novos educadores sociais encaram essa nova etapa de vida, em que colaboram para combater o analfabetismo. Arnon Santana Scher, de 24 anos, afirma que “esse trabalho representa uma satisfação enorme, porque estou sendo útil à sociedade”. “Na vida existem três coisas, o tempo, as palavras e as oportunidades. E essa é a oportunidade de uma vida nova”, diz Arnon, que pretende cursar Direito.

"Hoje eu posso mostrar aos demais internos que a Educação pode mudar as pessoas para melhor”

Aos 51 anos, Everaldo dos Santos foi alfabetizado pelo TOPA e cursou o ensino fundamental e médio no Conjunto Penal. Ao receber o certificado de educador social, ele ressaltou que “essa é uma vitória e uma transformação na minha vida. Hoje eu posso mostrar aos demais internos que a Educação pode mudar as pessoas para melhor”. “É uma experiência que me fez refletir que é possível reparar os erros e posso encarar uma vida nova ao sair daqui”, disse Henrique Rodrigues Oliveira, 30 anos, que deve ganhar a liberdade em dois anos e já decidiu: “vou cursar uma faculdade e ser professor”.

“A educação está abrindo novas portas na minha vida"

Marcelo Souza Dias, de 32 anos, é um dos alfabetizados na primeira turma de educadores sociais. “A educação está abrindo novas portas na minha vida. A cada dia descubro coisas novas e percebo que, ao sair daqui, poderei levar uma vida digna”, afirma. O curso de alfabetização do TOPA no Conjunto Penal de Itabuna tem duração de oito meses, com aulas de segunda a quinta feira, num total de 320 horas/aula.

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