Estudantes de Ilhéus realizam oficinas pedagógicas em homenagem aos 50 anos da Tropicália

Os estudantes do Colégio Estadual Professor Fábio Araripe Goulart, localizado em Ilhéus (a 462 km de Salvador), no Sul da Bahia, estão apresentando a culminância das oficinas pedagógicas do Programa de Educação Integral (ProEI), desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia. As atividades do projeto interdisciplinar, que envolvem todos os 600 alunos da escola, estão voltadas à temática da Tropicália, movimento cultural de ruptura com o regime militar, protagonizado por nomes como Caetano Veloso e Gilberto Gil, nos anos de 1960, que completa 50 anos.
 
Nas oficinas pedagógicas, os estudantes trabalham com as habilidades e competências exigidas pelos componentes curriculares. Os conteúdos são desenvolvidos em sala de aula e apresentados sempre às terças, quartas e quintas-feiras, após as duas primeiras aulas. Cada área de conhecimento oferece duas oficinas pedagógicas, sempre fazendo uma correlação com algum aspecto da Tropicália.
 
 
Nas aulas de Língua Portuguesa, por exemplo, os alunos estudam, por meio das letras de música, assuntos como níveis de linguagem (padrão, coloquial, gírias, regionalismos) e figuras de linguagem (metáfora, hipérbole, pleonasmo e onomatopeia, entre outros). Nas de Matemática, a geometria é estudada a partir da construção de Brasília. Já nas de História, o golpe militar de 1964 foi focado, tendo o movimento cultural como pano de fundo.
 
O estudante Felipe Cordeiro, 17 anos, 1º ano, revela que as oficinas pedagógicas o fazem compreender melhor a história e a se tornar um cidadão mais conscientes. “Fiquei impressionado com a ousadia de artistas como Caetano, Gil e Tom Zé de se expressaram através da música e da forma de se vestirem contra um regime de ditadura. Eles fizeram uma revolução musical. E todo o conteúdo pedagógico que estudamos nas disciplinas ficam mais fáceis de serem absorvidos desta forma”.
 
A colega Kelly dos Santos, 19 anos, 1º ano, compartilha a opinião de que estar estudando a Tropicália tem lhe dado mais conhecimentos gerais e pedagógicos. “É um trabalho que vai além da sala de aula e isto é interessante para o nosso processo de ensino e aprendizagem. Estou aprendendo vários assuntos de uma forma lúdica e prazerosa”.
 
“Cientes da importância do movimento histórico, artístico e cultural promovido, sobretudo, pelos artistas e pensadores baianos, e suas consequências para a construção da identidade brasileira, baiana e ilheense, apropriamos da Tropicália como temática geradora para subsidiar ações didáticas/pedagógicas durante todo o primeiro trimestre deste ano letivo, de forma interdisciplinar, em todas as modalidades de ensino ofertadas pela nossa escola”, destaca o professor e coordenador da atividade, Astor Vieira Jr.

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