Uma experiência desenvolvida em sala de aula está colorindo a zona rural de Casa Nova (a 572 km de Salvador) com uma tinta ecológica, feira à base de barro colorido, muito encontrado no sertão baiano. A experiência foi protagonizada pelos estudantes Danilo da Silva,18, 3º ano do Ensino Médio, e Anderson Ribeiro, 17, 2º ano, do Centro Educacional Antônio Honorato e vem provocando uma mudança na realidade de moradores das comunidades carentes do município, dando cor às casas da zona rural com pintura de baixo custo e matéria prima encontrada, muitas vezes, no quintal de casa.

 

Feita com água, cola e barro peneirado, encontrado nas cores branca, amarela, vermelha, marrom e preto, a tinta já foi utilizada na casa de uma moradora do município e o resultado foi muito positivo. “A dona da casa ficou muito satisfeita com o resultado de ter sua casa pintada pela primeira vez”, conta Anderson. O estudante também explica sobre as pesquisas. “Com os estudos e experimentos, verificamos que as tintas à base de petróleo prejudicam a saúde e o meio ambiente. Por isso, pensamos em um novo método de dar cores aos ambientes sem o uso do produto químico, aproveitando nosso solo que tem essa riqueza de cores”, revela.  

 

Já Danilo fala sobre o alcance social do projeto. “Nosso projeto também é importante, porque ele tem uma fácil produção. Com isso, ele ajuda as famílias de baixa renda a produzirem a tinta e a pintarem suas casas. Sem contar que o produto não vai agredir o meio ambiente e vai sair 80% mais barato que as tintas encontradas no mercado”, comenta.

 

A professora e orientadora Andréa Passos conta que a descoberta dos estudantes gerou curiosidade nos colegas. “O projeto deu tão certo que, após os testes das pinturas nas casas, realizamos oficinas na escola para ensinar outros alunos a produzir sua própria tinta. Durante as oficinas também são revelados locais onde encontrar o barro certo, como obter a cor desejada e como aplicar na parede. Foi um sucesso. Todos gostaram muito”, comemora.